BASTA DE FALTA D’AGUA

Por uma CEDAE pública e 100% estatal

Vinte bairros do Rio – nove na Zona Norte, oito na Zona Oeste, dois na Zona Sul e um na Região Central – e quatro cidades da Baixada Fluminense foram atingidos, nesta quarta-feira (9), pelo desabastecimento de água provocado pelo defeito de uma das bombas da Elevatória do Lameirão da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae). Essa notícia já é um escândalo de uma política deliberada que visa criar ambiente para a privatização da estatal responsável pelo tratamento e distribuição de água potável.

Bolsonaro, Paulo Guedes e Cláudio Castro desmontam ainda mais uma lucrativa empresa pública para entregá-la as multinacionais. O plano segue as determinações dos patrões desde Sérgio Cabral passando por Pezão e Witzel. Todos ligados a mesma quadrilha miliciana do presidente.

Ano passado essa história foi marcada pela demissão dos melhores técnicos. Nesse 2020 a marca foi a distribuição de água contaminada para população e, agora, o desabastecimento. A população já está no limite, pois, além de ter que enfrentar a “vida normal” imposta pelos patrões e governos, em meio a uma dura pandemia, amarga também as altas taxas de desemprego (16%), a miséria e a fome. Além disso, uma falta crônica de água.

É evidente a relação desta crise e o desmonte progressivo da CEDAE

A privatização da Cedae tem como objetivo levantar recursos para pagar o empréstimo feito no âmbito do Regime de Recuperação Fiscal com a União. O famigerado ajuste fiscal dos neoliberais. Essa recuperação vem colocando a população do Rio de Janeiro na penúria, com serviços públicos básicos em crise, servidores sem reajuste, salários em atraso, falta de recursos para enfrentar a pandemia etc.

Em primeiro lugar, exigimos que o governo de Castro restabeleça imediatamente o acesso à água potável de qualidade para todos os moradores atingidos, e não somente ao final deste mês, como se anunciou.

Defendemos o não pagamento da dívida contraída no acordo com Banco BNP Paripas que pretende rifar a empresa pública e entregá-la ao capital privado.

Defendemos uma CEDAE 100% estatal, sob o controle dos trabalhadores, com transparência, em que a população possa participar das grandes decisões e medidas relativas ao abastecimento, saneamento e as medidas protetivas ambientais bem como do uso sustentável da água.

Diante do caos no Rio, unir a classe trabalhadora para lutar

É necessário avançar rumo à construção de uma greve geral no estado e no país, além de apostarmos para outras formas de luta e mobilização. Ao mesmo tempo, é preciso avançar a auto-organização dos trabalhadores pela base nas fábricas, nas favelas, nos bairros, nas escolas do Rio de Janeiro.

Chamamos a mais ampla unidade para lutar e derrotar o atual governo do Estado e seus planos privatistas. Cláudio Castro também faz parte da máfia a qual Witzel pertencia. Nenhuma confiança! Precisamos de uma frente única da classe trabalhadora para lutar, com centrais, sindicatos, movimentos e organizações da classe, dos setores oprimidos e da juventude, com um programa mínimo que se contraponha ao programa de aprofundamento da guerra social, da barbárie e da entrega do país e coloque também na ordem do dia a necessidade do “Fora Bolsonaro e Mourão”.

  • Pela suspenção imediata do pagamento das dívidas. Chega de doar dinheiro público para banqueiros e empresários
  • Sobretaxação das tarifas para as grandes empresas nacionais e multinacionais que têm um grande consumo de água e um grande despejo de esgoto e dejetos
  • Com esses recursos iniciar um Plano de Obras públicas para melhorar o tratamento, armazenamento, distribuição da água e saneamento, sob controle dos trabalhadores e das comunidades
  • Por uma CEDAE pública, com redução de todas as tarifas para a maioria do povo, de qualidade e 100% estatal