Fortalecer a greve de correios em todo o país

A primeira semana da greve dos trabalhadores dos Correios mostrou muita força e a disposição de nossa valorosa categoria. Por isso, achamos decisivo que os grandes sindicatos como RJ e SP joguem mais peso em atos presenciais, a partir desta segunda semana.
O caráter de unidade nacional entre as duas Federações e os 36 sindicatos tem sido fundamental, além da solidariedade de classes e apoios vindos dos mais diversos sindicatos e de setores populares.
Portanto, temos a oportunidade pra derrotar o governo Bolsonaro e os tribunais patronais, fortalecendo ainda mais essa greve na luta direta em cada setor de trabalho.

Nenhuma confiança no TST. É tão patronal quanto o STF

O STF reafirmou sua covarde posição subalterna, ao lado do governo Bolsonaro e sua igual política de retirada de direitos, ao votar por 10 x 0, a favor da liminar enviada pelo general Floriano Peixoto. Não nos surpreendeu, já que tudo o que é ataque aos trabalhadores, eles defendem. Foi assim na Reforma da Trabalhista no governo Temer e na Reforma da Previdência, no governo Bolsonaro.
O TST não será diferente. Por isso, não podemos criar nenhuma expectativa neste tribunal. Logo, somos contrários que as Federações ou os sindicatos recorram ao TST, seja para mediar ou julgar sobre nossos direitos conquistados com muitas lutas.

Os erros dos dirigentes sindicais burocratas

Apesar dos burocratas sindicais ligadas a CUT e a CTB, que dirigem sindicatos importantes no país, pouco terem feito, o que se viu foram piquetes e manifestações autônomas da base dos ecetistas em todos os cantos.

Algumas direções sindicais burocráticas disseminaram falsas esperanças nesses tribunais da justiça burguesa. Agora dizem que lamentam ou que foram traídos. Mas, já sabiam da postura patronal do STF quando atacou o direito de greve dos servidores, em 2016.
O relator do processo, Dias Toffoli, ex-advogado do PT e indicado por Lula ao STF, à época, reclamou do que considerava um excesso de greves no setor. “Quantas vezes as universidades não conseguem ter um ano letivo completo sequer por causa das greves?”, afirmou no tribunal, sem questionar, no entanto, a razão dessas greves. Toffoli, do alto de seu salário de mais de R$ 36,7 mil, deve ter achado que os servidores fazem greve por esporte ou diversão, ou “férias”, como chegou a afirmar uma vez o então presidente Lula.
Isso foi um erro grave. Apostar numa saída via TST, será outro erro grave e não pode ser visto como uma alternativa. Cabe lembrar que o TST foi o responsável pela retirada dos nossos pais do plano de saúde. Além de impor altas mensalidades sobre o salário bruto e coparticipação de 30% nos procedimentos.
A sentença normativa proferida pelo TST, em 2019, se deu graças à nossa forte greve unificada nacionalmente. Portanto, com a continuidade de nossa greve com muita luta é possível derrotar Bolsonaro e os tribunais patronais.

Corrigir os erros e ampliar a greve

O avanço da nossa luta passa por fortalecer a greve e buscar a solidariedade de classe e unidade de ação com categorias que também estão em luta contra privatizações, como petroleiros e bancários da Caixa, por exemplo, que já ameaçam entrar em greve.
Neste sentido, é determinante a convocação de uma plenária nacional das duas federações e as direções da centrais sindicais: CUT, CTB, Intersindical, entre outras juntas com a CSP-Conlutas.
É tarefa de cada dirigente sindical a organização de piquetes, assembleias presencias e atos de rua, com os devidos cuidados sanitários, que devem motivos para não se fazer nada.

Não à privatização e aos prejuízos impostos à população

Os Correios atuam em todos os municípios do país e tem a missão de integração nacional além das funções sociais e humanitárias. Sua logística é utilizada em casos de calamidade pública, entrega de livros do programa FNDE, entrega das urnas nas eleições e também as provas do ENEM.
A ECT detém o monopólio de cartas e mensagens, mas no segmento de encomendas sofre forte concorrência. Ainda assim, pratica tarifas que chegam ao valor de 1/3 dos concorrentes, como FEDEX, DHL e JadLog, que atuam apenas nos grandes centros.
Privatização significa aumento do desemprego, aumento das tarifas, abandono das periferias e cidades mais longínquas do Brasil. Somente uma empresa pública manterá o atendimento em todo o país, com subsídios cruzados, onde o lucro dos grandes centros garanta a manutenção dos serviços postais nas cidades menores. Por tudo isso pedimos o apoio de toda a classe trabalhadora à nossa greve e a campanha contra a privatização de correios.

A GREVE CONTINUA!!!
NENHUMA CONFIANÇA NO TST!!!
FORA BOLSONARO. FORA MOURÃO!!!