Da redação. Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2024 | 19:30 horas

Servidoras durante protesto contra a ação policial no HFB. Foto: Mayara Alves (SINDSPREV-RJ).
O governo Lula (PT) se junta com o entulho bolsonarista no Estado do Rio de Janeiro para privatizar a saúde. Ao invés de recuperar o hospital público federal desmontado pelos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, Lula (PT) entrega milhões de reais ao Grupo Empresarial Conceição.
Para atingir seu objetivo Lula (PT) não tem escrúpulo em utilizar a polícia assassina do governador Cláudio Castro (PL). Para isso, legaliza o ataque policial do Batalhão de Choque aos servidores federais, garantindo a presença de representantes da tropa da polícia federal. Só dessa forma o choque pode realizar a invasão, uma vez que a PM não poderia entrar na unidade de saúde, pois é jurisdição federal.
Assim sobrou a já conhecida truculência na invasão do Batalhão de Choque da PM e da Polícia Federal no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). Toda a violência das botas assassinas para garantir a entrega da unidade ao Grupo Empresarial Conceição. Essa entidade de direito privado tentou assumir a direção da unidade pública na última terça-feira (15).
O violento ataque policial ocorreu por volta das seis horas, desse sábado (19), com a desculpa de desocupar as salas da direção-geral da unidade, onde desde o último dia 2 de outubro os servidores estavam acampados em legítimo protesto de defesa do serviço e da instituição pública.
Tudo isso só foi possível, pois Lula (PT) nunca cumpriu a promessa de revogar as leis e o arcabouço legislativo da privatização da saúde e da educação.
A CSP-Conlutas se solidariza com a servidora dirigente do SINDSPREV-RJ

Flagrante do momento em que as servidoras Roberta Vitorino e Cristiane Gerardo (de camisa vermelha) são agredidas com spray de pimenta disparado por PMs. Cristiane seria levada presa arbitrariamente. Foto: Mayara Alves (SINDSPREV-RJ).
A ação de invasão da unidade de saúde pública contou com a desnecessária presença de 50 policiais — entre PMs e policiais federais. Recebidos com vaias e duras críticas dos servidores, eles se instalaram no prédio da administração-geral do HFB, para formalizar a posse na gestão do hospital.
Os policiais usaram gás de pimenta e violentaram os direitos civis dos servidores públicos no interior das dependências do hospital. Um verdadeiro atentado contra a segurança à higiene hospitalar.
A servidora da saúde Cristiane Gerardo, dirigente do SINDSPREV-RJ, foi detida sob violenta custódia e levada para a Superintendência Regional da Polícia Federal, na Praça Mauá. O ato configura mais uma violenta violação aos direitos constitucionais da servidora que foi liberada após algum tempo. Esse fato, em particular, demonstra a truculência de uma ação policial ilegal e desnecessária, uma vez que a servidora não cometia nenhum flagrante delito e só cumpria suas funções sindicais.
A CSP-Conlutas se solidariza com a dirigente Cristiane Gerardo e demais servidores da saúde pública. Repudiamos a inaceitável ação repressiva ocorrida na manhã desse sábado (19), nas dependências do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), onde servidores da rede federal de saúde foram agredidos fisicamente e atacados por PMs do Batalhão de Choque de Cláudio Castro, chamados pelo governo Lula (PT).
Nos colocamos ao lado dos profissionais de saúde pública pela realização de um grande ato público unificado na próxima segunda-feira (21/10), a partir das 9h, em frente à entrada principal do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). A manifestação será em repúdio à covarde ação repressiva das polícias federal e militar na manhã e tarde deste sábado (19). Não admitimos ataques policiais às servidoras e servidores que resistiam à entrega da gestão do HFB ao Grupo Empresarial Conceição. Ação que, de tão truculenta, selvagem e imoral, resultou na arbitrária prisão de Cristiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ.
Exigimos do governo Lula (PT) e de sua ministra Nísia Trindade o devido respeito a vontade dos servidores e da população na manutenção desse serviço público sem a ingerência da iniciativa privada. Exigimos ainda a revogação da legislação que permite a gestão privada nos hospitais e demais unidades do serviço público. Fatos como a catástrofe do Rio Grande do Sul ou o atual apagão de São Paulo apontam que a iniciativa privada, com sua insaciável sede de lucro, não serve aos interesses e a manutenção dos direitos da classe trabalhadora.

