Por Redação do Rio de Janeiro | Atualização 07 de agosto, 23:42 horas
Em um duro momento em que o imperialismo ianque ataca o país. O arrocho salarial agrava o sofrimento daqueles que dependem somente de sua força de trabalho. A precarização das relações trabalhistas também contribui para esse sofrimento. Os médicos do SUS se levantam para dizer basta. Entre os dias 04, 05 e 06 de agosto, esses trabalhadores interromperam suas atividades. Eles trabalham na atenção básica da saúde da cidade do Rio de Janeiro. Esses trabalhadores interromperam suas atividades profissionais. Os trabalhadores se opõem à reforma administrativa. Esta reforma foi promovida por Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio de Janeiro.

O segundo dia da manifestação se junta ao calendário nacional do funcionalismo. Servidores federais, estaduais e municipais se mobilizaram ao longo desse dia 05 de agosto. Eles estavam em aeroportos para cobrar deputados e senadores que retornam a Brasília. A demanda era o fim dos ataques aos serviços públicos e aos direitos da categoria.
A atual alteração na Constituição Federal é vendida como projeto de modernização do Estado. No entanto, ao invés de combater privilégios, ela não modifica as estruturas dos altos cargos da administração pública. Para a grande maioria dos servidores públicos a Reforma acaba com a estabilidade e impõe mecanismos de redução salarial.
Enquanto a reforma de Lula não sai do Congresso governadores e prefeitos vão aplicando a reforma aos pedaços. A essa flexibilização de direitos e arrocho salarial se soma o desmonte dos serviços públicos para acelerar a privatização.
As mobilizações se intensificaram desde maio. A defasagem de 30% nos salários contribuiu para isso. Houve “calote” no pagamento de variáveis previstas em contratos. Além disso, há excesso de cadastrados por equipe. O SINMED-RJ, sindicato da categoria, denuncia que “o próprio secretário” fez uma declaração. Ele afirma “que não dá pra trabalhar com mais de 3 mil cadastrados”. Atualmente mais de 50% das equipes têm mais de 4 mil cadastrados. Equipes superlotadas possuem mais espera por consulta. Elas têm menos resolutividade e são ineficientes nos tratamentos. Isso resulta em sobrecarga aos trabalhadores e leva à piora da assistência à população”, afirma o Sindicato da categoria.
Médicos e médicas das 1.370 clínicas de atenção primária à saúde (as APS) da cidade maravilhosa participaram das atividades desses três dias. No último dia participaram de uma assembleia para definir os próximos passos do movimento. Segundo o SINMED-RJ: Dentre os principais encaminhamentos da assembleia, houve diversas denúncias junto ao CREMERJ. Elas relacionam-se à segurança e ao hiper dimensionamento de equipes. Os residentes recebem apoio incondicional para enfrentar o assédio. O apoio está presente nas denúncias de assédio nas COREMES e CNRM. Caminhos estão sendo planejados. O objetivo é realizar uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores do Município. Essa audiência irá pautar a crise na APS carioca. Uma Ação Cívil Pública para cobrança dos devidos da variável 3 dos Contratos de Gestão também está prevista. Além disso, será lançado um abaixo-assinado para que a população e outras categorias possam manifestar apoio ao movimento.
Outra deliberação importante aprovada na assembleia (06) foi a realização de uma nova greve de 72 horas. Essa greve está prevista para os dias 01, 02 e 03/09/2025. Será também no formato 70% em greve e 30% trabalhando. Em 30% das unidades, contará com toda a força de trabalho escalada para os dias de paralisação.
A CSP-Conlutas apoia incondicionalmente a luta das médicas e médicos da atenção primária à saúde. Eles são contra o desmonte e privatização dos aparelhos da saúde pública carioca. Também pela luta pelo fim do arrocho salarial e a valorização profissional. Exigimos do Prefeito Eduardo Paes o imediato atendimento de toda a pauta de reivindicação dessas e desses trabalhadores. Exigimos ainda que a prefeitura respeite o direito legítimo de greve. Há evidente truculência com a recusa do atendimento das justas reivindicações desses profissionais. É inaceitável qualquer tipo de assédio moral, perseguição e injustas retaliações contra as manifestações paredistas.
Convocamos a todos e todas as trabalhadoras para apoiar à luta desses profissionais da saúde municipal do Rio de Janeiro. Solicitamos as centrais, sindicatos, e movimentos de luta contra opressões que enviem moções de solidariedade. Pedimos às demais entidades e movimentos sociais o envio das mesmas exigências à prefeitura.

