O custo da morte de Hassan Nasrallah

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2024 | Atualizado às 22:05horas

Imagem Mundo, G1

A sanha de Israel, governado por Benjamin Netanyahu, em decapitar a milícia armada Hezbollar, além de atacar a soberania do Líbano e da Síria deixou um rastro sanguento e de sofrimento.

Essas são as informações do Ministério da Saúde Pública do Líbano divulgadas em uma declaração com os últimos números após os ataques aéreos israelense:

Pelo menos 11 pessoas morreram e 108 ficaram feridas na sexta-feira (28) para matar o dirigente Hassan Nasrallah.

O número de pessoas mortas pelos crimes de guerra entre 16 e 27 de setembro é de 1.030, incluindo 56 mulheres e 87 crianças libanesas (xiitas e cristãs). Entre essas vítima estão quatro brasileiros adolescentes. Outras 6.352 pessoas ficaram feridas.

O número total de mortos desde o início das hostilidades de Israel em território libanês desde o dia 08 de outubro é de 1.640 pessoas, incluindo 104 crianças, 194 mulheres e 41 profissionais de saúde.

O número de feridos internados no hospital é de 8.408.

Imagem de O Globo

Entre crimes e mentiras: À medida que o número de mortos aumenta, Gallant afirma que a guerra “não é com o povo libanês”

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, emitiu uma breve declaração após a confirmação do assassinato de Nasrallah, alegando que a guerra de Israel não é contra o povo libanês.

Com uma mistura de sadismo e cinismo, dirigindo-se ao povo libanês, Gallant disse: “É hora de mudança”. De fato. Cerca de 80 mil libaneses tiveram que abandonar suas casas e terras a partir da invasão do espaço aéreo e bombardeios criminosos cometido por Israel.

Ataques israelenses na semana passada em diferentes partes do Líbano mataram centenas de pessoas, incluindo dezenas de crianças, e forçaram o deslocamento de dezenas de milhares.

O ataque aéreo massivo que matou Nasrallah na sexta-feira (28) ocorreu em uma área civil densamente povoada no sul de Beirute, reduzindo vários prédios residenciais a escombros. Israel alegou que o ataque teve como alvo um “centro de comando” do Hezbollah.

Em sua declaração, Gallant também disse: “Aos nossos inimigos eu digo: somos fortes e determinados. Aos nossos parceiros (Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia), eu diria: nossa guerra é a sua guerra.”

O açougueiro de Gaza e da Cisjordânia, Benjamin Netanyahu, diz que Israel “acertou as contas” com o assassinato de Nasrallah enquanto a campanha de bombardeios ilegais, que ferem de morte o direito internacional, continua.

Imagem de O Globo

O presidente Joe Biden chama o ataque israelense que matou Nasrallah de uma “medida de justiça”.

A declaração do presidente estadunidense vem um dia após o novo aporte de ajuda de 8,7 milhões de dólares para Israel.

Na véspera do assassinato do líder do Hesbollar, quinta-feira (26), Biden garantiu um pacote de ajuda de 8,7 bilhões de dólares dos Estados Unidos para apoiar e manter a desigual vantagem militar de Israel frente aos demais países no Oriente Médio. Assim está garantido a escalada de hostilidade expansionista e de anexação ilegal de territórios.

A resistência acusa o golpe e diz sair mais fortalecida

Nasrallah raramente era visto em público desde 2006. Ele foi eleito secretário-geral do Hezbollah em 1992, aos 32 anos, depois que um helicóptero israelense matou seu antecessor, Abbas al-Musawi.

O grupo libanês confirmou em um comunicado que seu líder foi morto “após o traiçoeiro ataque sionista nos subúrbios ao sul” de Beirute.

Ele disse que Nasrallah havia “se juntado aos seus grandes e imortais camaradas mártires, cujo caminho ele liderou por 32 anos”.

O grupo disse que prometeu “ao mártir mais elevado, mais sagrado e mais precioso em nossa jornada” “continuar sua jihad no confronto com o inimigo, em apoio ao povo em Gaza e na Palestina histórica, em defesa do Líbano e de seu povo firme e honrado”.

Imagem de O Estado de São Paulo

O presidente palestino Mahmoud Abbas condenou a “brutal agressão israelense”.

O movimento palestino Fatah ofereceu condolências e enfatizou “a relação histórica entre o povo libanês, sua resistência e a Palestina”.

O presidente iraniano Masoud Pezeshkian emitiu uma declaração dizendo que o assassinato de Nasrallah “só fortalecerá ainda mais a resistência”. Ele acrescentou que os EUA não podem negar cumplicidade.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou cinco dias de luto pelo chefe do Hezbollah. Ele convocou todos os muçulmanos a se levantarem contra Israel e disse que o sangue de Nasrallah “não ficará sem vingança”.

“O destino desta região será determinado pela resistência com o Hezbollah no topo”, disse Khamenei.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Nasser Kanaani, disse em uma publicação no X que “o caminho glorioso do líder da Resistência … continuará e seu objetivo sagrado de libertar Jerusalém será alcançado”. O vice-presidente iraniano, Mohammad Javad Zarif, elogiou Nasrallah como um “símbolo da luta contra a opressão”.

O primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani, condenou o ataque como “vergonhoso” e “um crime que mostra que a entidade sionista cruzou todas as linhas vermelhas”.

Em uma declaração, Sudani chamou Nasrallah de “um mártir no caminho dos justos” e declarou um período de luto de três dias.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan condenou os recentes ataques de Israel no Líbano como parte do que ele chamou de política israelense de “genocídio, ocupação e invasão”, instando o Conselho de Segurança da ONU e outros órgãos a deter Israel.

A resistência Houthis do Iêmen disse que o assassinato de Nasrallah fortaleceria sua determinação de confrontar seus inimigos israelenses.

“O martírio de Hassan Nasrallah aumentará a chama do sacrifício, o calor do entusiasmo, a força da determinação”, disse em nota o conselho de liderança da resistência iemenita em uma declaração, prometendo alcançar “a vitória e a derrota do inimigo israelense”.

Imagem de Le Monde Diplomatique

Essa série de declarações de chefes de estados árabes e turco refletem a indignação e ódio das massas trabalhadoras contra os bárbaros crimes de Israel. Logo autoridades de estados como Libia, Arabia Saudita, Egito etc., serão obrigados pela pressão de seus povos a se pronunciarem diante da covardia israelense.

Como resultado da irritação dos povos semitas pode ocorrer uma nova primavera árabe e a vitória do sionismo contra o Hezbollah pode ser tão amarga quanto o extermínio de mais de 50 mil palestinos em Gaza e na Cisjordânia.

Toda a solidariedade aos trabalhadores e ao povo libanês sob ataque de Israel

A luta pela liberdade da Palestina é a luta de toda a classe trabalhadora.

Fim do comércio de armas com Israel!

Lula rompa todas as relações comerciais, institucionais e diplomáticas com o Estado sionista! Fechamento imediato da Embaixada!

Pelo fim do Estado de Israel

Por uma Palestina livre, laica, democrática e não racista, do rio Jordão ao mar Mediterrâneo!

Com informações da Agência Al Jazeera