Patrões pretendem arrochar ainda mais os comerciários na Convenção Coletiva

Já estamos no final de agosto e o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos trabalhadores comerciários ainda não foi assinado. Primeiro os patrões pretendiam conceder um reajuste de pouco mais 1,5%. Esse valor sequer repõe as perdas inflacionárias, já que os índices são manipulados para baixo pelo governo, e não aumenta em um centavo o poder de compra dos salários.

Depois a patronal apostou no apoio à Chapa 2, a chapa da CUT, na esperança da implantação do banco de horas e a volta do trabalho nos domingos e feriados. Porém a categoria não é boba. Votou massivamente na chapa do sindicato, uma chapa defensora da manutenção da filiação à CSP-Conlutas.

Agora seguem as mobilizações rumo a celebração de um Acordo Coletivo que contemple as necessidades dos trabalhadores comerciários de Nova Iguaçu e região.

Caso a cúpula das centrais não cumprisse o papel desastroso no dia 10 de agosto esse ACT já estaria fechado como ocorreu em 2017. Após a greve geral do dia 28 de abril os trabalhadores impuseram aos patrões um ACT que atendeu suas principais reivindicações. Mesmo assim a novela se arrastou até setembro.

Sem a unificação das lutas a partir de uma greve geral os patrões mostram-se cada vez mais intransigentes e oferecem uma proposta ridícula apostando no isolamento dessa categoria profissional. Esquecem que as campanhas salariais têm colocado abaixo a reforma trabalhista de Michel Temer e os ACTs garantem ganhos para os trabalhadores. E é assim pela instabilidade econômica, política e social que agita todos os cantos desse país e do mundo. Além disso, há negociações de convenções coletivas de metalúrgicos e petroleiros em curso que aumentam a pressão e a polarização social.

ACT que mantenha e amplie direitos

Os comerciários terão que partir para cima com tudo para alcançar um índice verdadeiro de reposição das perdas, arrancar aumento real e garantir os direitos conquistados. A direção do sindicato já mandou avisar aos patrões que não aceitará nenhum abuso ou redução de direitos e se insistirem vai haver mobilização. Não adianta essa conversa de estagnação da economia. Todos os patrões estão burlando as regras e mantém suas taxas de lucro nas alturas. Se há crise essa foi gestada pelos patrões e eles que paguem.

Em cada loja, em cada local de trabalho deve seguir a organização. É possível e necessária uma mobilização que impeça a patronal de preparar qualquer armadilha contra a categoria. Os próximos dias serão decisivos para resolver a queda de braço que existe hoje entre a ganância e intransigência dos patrões e a resistência dos trabalhadores.