Governos genocidas e incendiários queimam a fauna, a flora, os empregos, os salários, as estatais e nossos direitos
Enquanto Bolsonaro e Castro fazem reuniões palacianas para preparar novos ataques ao povo fluminense as operárias e trabalhadoras negras amargam o aumento do desemprego e da fome. A política genocida de Bolsonaro e Mourão além de incendiar a Amazônia e o pantanal mato-grossense amplia o contágio e mortes por Sars-Cov-2 no Estado do Rio de Janeiro. Só na capital, do dia 23 de março até 21 de setembro, quando terminamos esse texto, já foram infectadas quase 100 mil cariocas. Destes mais de 10 mil morreram. Em todo o estado são mais de 251 mil casos com quase 18 mil vítimas fatais. Há uma média diária macabra de 100 mortes. Tudo para garantir a exploração que pode gerar lucro para um pequeno e privilegiado grupo de patrões internacionais.
Contudo os imperialismos exigem mais. Para enfrentar a crise criada pelos grandes proprietários de capital e que se arrasta desde o final dos anos noventa pretendem reduzir os direitos sociais em uma tentativa de retorno as condições de exploração capitalista superiores às do século XIX.
Dos trabalhadores das estatais os que recebem os mais baixos salários e sofrem com as piores condições de trabalho são servidores públicos dos Correios. Por isso esses trabalhadores se enfrentam contra Bolsonaro, Mourão e o general Floriano Peixoto que pretendem rebaixar ainda mais as condições de vida dessa massa trabalhadora. Mulheres e homens da empresa de Correios, em greve, marcham nesse dia nas ruas de Brasília. Vão mostrar aos ministros do Tribunal Superior do Trabalho, o TST, que sua greve é uma resposta a intransigência do governo e da cúpula dirigente da estatal que lhes nega o mínimo necessário. Mostram que sua disposição de luta não permitirá a brutal redução da maioria das clausulas sociais, bem como o aprofundamento do arrocho salarial.
Já são mais de 30 dias de uma forte greve que combinou a luta em defesa dos direitos do Acordo Coletivo da categoria, que o general Floriano Peixoto e Bolsonaro querem destruir, com a luta contra a privatização dos Correios, que o ministro de Bolsonaro, o Sr. Paulo Guedes, quer concretizar ainda este ano.
A marcha das mulheres e homens vestidos com as cores amarelo e azul nas avenidas da capital do país é um aviso aos ministros do TST. A categoria teve que se enfrentar com Floriano, Guedes, Mourão e Bolsonaro para defender suas condições de vida e lutar contra a privatização. Então se o TST não se colocar a favor da defesa da estatal e das condições de trabalho e salário se enfrentará diretamente com a disposição de luta dos carteiros e demais técnicos dos Correios.
Essa grande mobilização e luta se combina com as necessidades mais sentidas do conjunto das trabalhadoras e trabalhadores do Rio de Janeiro. Está na hora de dar um basta aos planos dos patrões, suas milícias e seus governos em terras fluminenses. Enquanto esse punhado de poucas famílias enriquecem às custas do trabalho da maioria e do assalto contra os recursos públicos a mortalidade pela doença provocada pelo novo coronavírus aumenta diariamente.
Nos últimos sete dias foram mais de 37 mortes em média por dia. Sendo que a maioria são mulheres negras, seus filhos e maridos. De 1º de setembro até o dia de hoje faleceram pela Covid-19 mais de 758 pessoas que vivem a partir do que conseguem com seu trabalho. Seja formal ou não. Seja empregado ou não. Por isso a unidade e solidariedade com a luta dos carteiros é parte fundamental da luta pela vida.
Devemos unir a luta contra a volta as aulas que vai disparar o número de doentes e vítimas fatais da pandemia. A luta a favor do transporte coletivo que prejudica nossa locomoção pela cidade, tão necessária para colocar o pão na mesa. A luta contra o fim dos serviços públicos e dos servidores para garantir assistência médica e o fim das privatizações da educação, da saúde e da aposentadoria. Só unificando essas lutas com a campanha salarial de metalúrgicos, químicos e a greve dos trabalhadores teremos condições não só de garantir vida para seguir a luta, mas também podemos criar as condições para preparar a construção de uma sociedade justa, igualitária e que atenda aos interesses das operárias, dos operários, dos demais trabalhadores e da maioria do povo. Podemos caminhar juntos para uma sociedade socialista.


