Nesta segunda, o governador Cláudio Castro demitiu o professor e chargista João Paulo Cabrera. Ele suspendeu outros três profissionais da rede, por até 120 dias. Castro está punindo os profissionais por questões administrativas ocorridas no C.E. André Maurois. No entanto, vários fatos apontam tratar-se de uma perseguição política do governo estadual, em uma decisão publicada às pressas.
Em texto, o professor Cabrera aponta vários erros no processo. Há o impedimento de a defesa se manifestar após a finalização do relatório da sindicância. Falta a apresentação de provas. Não há garantia do amplo direito de defesa.
Não é possível analisar o necessário processo administrativo sem considerar a perseguição que o professor vem sofrendo no último período. Ele está enfrentando várias sindicâncias e Processos Administrativos Disciplinares. Isso inclui o caso das ilustrações da cartilha do Sepe contra o Novo Ensino Médio.
O pico ocorreu em 2022, ano eleitoral, quando quase 500 sindicâncias foram abertas. Esses procedimentos administrativos visavam silenciar as vozes dissonantes no interior das escolas públicas estaduais. Um dos casos emblemáticos é o da professora Daniela Abreu, de Magé, que foi perseguida, precisou mudar de escola. Ela responde a processos administrativos.
Na decisão desta semana, além de Cabrera, é necessário destacar a atuação política e sindical de outros profissionais. Eles foram punidos pelas ilegalidades de Castro. Destaca-se Andrea Cassa, ativista, comunicadora popular e militante histórica nas lutas da categoria e pela educação. Ela foi suspensa por 20 dias.
A CSP-Conlutas se solidariza com os profissionais aqui citados e todos os membros das comunidade escolares, incluindo os alunos. Também repudia a publicação da Controladoria e toda e qualquer perseguição. Nos colocamos à disposição da luta. Defendemos os trabalhadores. Lutamos pelo fim do processo de privatização do NEM. Também pela defesa da educação pública.
Nos colocamos ombro a ombro na luta exigindo do governo Lula a revogação da reforma da previdência, trabalhista e administrativa. Junto com educadores e alunos lutamos contra o Novo Ensino Médio, a privatização do ensino e pela defesa da educação pública. Exigimos de Lula e Cláudio Castro a reintegração imediata das demissões ilegais e o fim de todas as punições. Exigimos também o fim das perseguições políticas no interior da rede de ensino público estadual.

