Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2025 | Redação do RJ | Atualizado às 22:57 horas
Governos dos Estados Unidos, da Europa e das Américas mentiram para os trabalhadores e o povo de seus países

Uma escavadeira trabalha no local. Membros das Brigadas Qassam, a ala militar do movimento Hamas, procuram os corpos de prisioneiros israelenses. Isso acontece em uma área na cidade de Hamad, Khan Younis. Está localizada no sul da Faixa de Gaza. O evento foi em 17 de outubro de 2025. [Haitham Imad/EPA]
Desde dia 10 de outubro, todos os líderes e a mídia empresarial do Ocidente festejam Donald Trump. Eles também celebram os Estados Unidos pelo chamado “Acordo de Paz”.
Por pura hipocrisia denominam o “acordo” como entre Israel e o Hamas. Donald Trump e Netanyahu construíram o tal acordo. Depois, o texto foi submetido às monarquias e tecnocracias árabes. Em seguida foi apresentado aos representantes do Hamas, com um prazo de alguns dias para ser aceito.
Para a surpresa dos conspiradores sionistas o Hamas aceitou. Caso se recusasse fortaleceria o rótulo de terrorista extremista. Seriam denunciados pelos sionistas como aqueles que a arrogância se coloca acima dos interesses de 2,5 milhões de palestinos.
Contudo o Hamas sabe que não há uma proposta de paz. Uma proposta séria de paz não viraria o rosto para milhões de palestinos descendentes da Nakba de 1948.
Para os palestinos uma trégua de cessar fogo sempre será benvinda e comemorada. Uma pequena fresta no cerco medieval de Gaza permite que alimentos e ajuda humanitária entrem na prisão a céu aberto. Isso é um enorme alento para o heroico povo da resistência.
A tática da resistência de “aceitar o acordo” de Donald Trump e Netanyahu se encaixa em sua estratégia política. Essa estratégia visa desmascarar a forte propaganda de guerra sionista. Foi isso que ocorreu no dia 07 de outubro de 2023.
Nesses dois anos as vitórias políticas da resistência palestina são incontestáveis. A ação do 07 de outubro desmistificou a propaganda. Rasgou o véu de mentiras e manipulações do sionismo. Abriu a real possibilidade de uma soberania para o povo palestino que nunca existiu desde maio de 1948.
Um acordo de Paz sem os palestinos é mais uma farsa
Os generais de Israel sabem que não lançam suas bombas e tropas contra grupos guerrilheiros. Não se enfrentam com um exército regular. Sua missão é contra homens, mulheres de todas as idades abraçados a bandeira do autêntico nacionalismo ancestral. A missão é quebrar a resistência. Também eliminar de forma definitiva um futuro Estado da República Palestina. Esses senhores do genocídio sabem que seu inimigo é muito mais poderoso do que qualquer força militar de ocupação.
Assim o tal “Acordo de Paz” não passa de mais uma manobra para tentar dilacerar a resistência de séculos. Uma resistência que sobreviveu aos mais diversos exércitos de invasores durante centenas de anos de luta. Dessa forma todos os atores envolvidos na tragédia violenta contra os palestinos sabem que não há acordo. Buscarão todos os meios para responsabilizar suas vítimas pela frustação de um acordo de fachada.
Tanto é assim que a força de ocupação israelita não cessa de matar aqueles que acreditam serem seus inimigos. Que o digam as vítimas libanesas do últimos dias. Ou os palestinos da Cisjordânia, ou mesmo o povo de Gaza.
Outro fato da dura realidade é constatado pelos trabalhadores e pelo povo da palestina. A maioria dos países da Assembleia Geral das Nações Unidas reconhece ou reconheceu o Estado Palestino. Porém, o chamado “Acordo de Paz” dos genocidas não faz essa mesma aceitação. Declaradamente o governo sionista de Israel não reconhece e não admite a soberania palestina. Nega com veemência o direito de autodeterminação do povo palestino.
Outra evidência da cilada construída pelos conspiradores sionistas e seus cúmplices consiste em rotular agressão contemporânea como guerra. Só em uma guerra pode existir um chamado para acordo de paz. Contudo que guerra é essa? Não há e nunca houve guerra do povo palestino com as forças de guerra de Israel.
Nas últimas sete décadas Israel submete uma população com uma violenta limpeza étnica. Rotula os movimentos de resistência como terrorismo. Depois convoca seus cúmplices no ocidente a reconhecer o rótulo de terrorista à resistência. A partir daí convoca todos estados ocidentais liberais para uma guerra contra o terror. Não é uma guerra entre duas forças militares que defendem suas soberanias. Não é uma disputa contra um grupo expedicionário atuando à margem da lei e do direito internacional. Nem mesmo trata-se de uma força guerrilheira que rompe as fronteiras internacionais. Trata-se de uma ação militar contra os indivíduos dissidentes da ordem estabelecida pela invasão, o colonialismo e a ocupação do território ancestral. Tudo isso sem o risco de uma verdadeira guerra, pois desde o “protetorado” da Grã-Bretanha os palestinos nunca tiveram um exército.
A guerra contra o terror nega aos palestinos o direito à luta por sua autodeterminação. Este direito está inserido na Carta das Nações Unidas.
As injustiças sionista expuseram a realidade sofrida pelo povo oprimido
Israel ao quebrar todos os acordos internacionais desde a fundação do estado sionista nega um direito fundamental. O direito que permite aos povos determinarem livremente seu estatuto político e desenvolver seu próprio desenvolvimento econômico, social e cultural. Uma conquista civilizatória consolidada na Carta da ONU em 1945 e é reconhecida como uma norma do Direito Internacional.
Os ianques e os sionistas de Israel conseguiram infiltrar mercenários durante esse cessar fogo. Esses mercenários agora atacam o governo do Hamas. Eles foram denunciados pelos moradores da cidade de Gaza. O governo do Hamas instaurou um tribunal militar e executou sumariamente os conspiradores colaboracionistas.
Imediatamente Trump e Netanyahu utlizam esse fato de imposição violenta da ordem para ameaçar novos ataques militares contra o povo palestino. Afirmam que o Hamas coloca em risco o Acordo de Paz.
Esses fatos acontecem e desnudam as reais intenções. Eles tentam corroer a grande vitória da resistência. Esta vitória levou os Estados Unidos e Israel a um isolamento internacional. Essas tentativas de Trump e Netanyahu são fracas. Elas não conseguem apagar todas as denúncias. Mentiras e falsificações usadas pelos colonialistas contra a resistência e o povo palestino ainda são expostas.
A resistência dos palestinos gravou em sangue nas páginas da história. A civilização humana não esquece os fatos ocorridos há oito décadas na Palestina histórica. Fatos denunciados pelo heroico ato militar do dia 07 de outubro de 2023.
Após dois anos, todas as medidas políticas e militares da Casa Branca contra os palestinos se confirmaram. As ações do Estado de Israel também confirmaram as graves denúncias. Israel segue descumprindo todas as resoluções da Assembleia das Nações Unidas.
São dois anos de um genocídio que tentou enterrar por baixo de centenas de milhares de corpos de crianças, de mulheres e civis as denúncias da resistência palestina.
Nenhuma confiança nos governos
A vitória dos palestinos de desmascarar as farsas, as mentiras e falsidades da ocupação ilegal sionista em Jerusalém foi significativa. O mesmo aconteceu na Cisjordânia e, principalmente, em Gaza. Somente os operários, os trabalhadores palestinos apoiaram essa causa. Nenhum governo dos estados da Assembleia das Nações Unidas forneceu qualquer tipo de ajuda. Muito pelo contrário. Esses governos têm permitido que mentiras e inverdades se espalhem dentro de suas fronteiras. Essas informações são difundidas por empresas de mídia pró sionistas.
Coincidentemente, a proposta de Trump de “Acordo de Paz” só surge com as fortes mobilizações nas Américas. Também ocorreu na Europa e na Ásia em vários países. Também coincide com a jornada marítima da Global Sumud Flotilla. Assim fica o registro histórico que a solidariedade internacional foi a ajuda fundamental para o atual cessar fogo.
Para a garantia do direito à autodeterminação dos palestinos inserido na Carta das Nações Unidas. Para que os palestinos possam determinarem livremente seu estatuto político e desenvolver seu próprio desenvolvimento econômico, social e cultural. Para que tenham o direito a constituir uma nação, a solidariedade internacional é fundamental.
Essa solidariedade deve obrigar os governos dos países colocarem tropas regulares à serviço dos palestinos. Só assim esses trabalhadores e o povo poderão se auto-organizar. Eles poderão construir um regime político. Eles também criarão meios próprios para defender sua soberania.
Outra tarefa fundamental da solidariedade internacional é criar as condições objetivas e subjetivas. Essas condições são necessárias para desmontar essa excrecência jurídica chamada de Estado de Israel. É preciso fazer desaparecer nas pedras das praias do mediterrâneo uma nação teológica, supremacista e racista. Judeus, mulçumanos, cristãos, agnósticos ou ateus devem viver em uma única nação laica da República Democrática Socialista da Palestina. Só assim os operários e demais trabalhadores terão direito a uma Palestina livre do rio ao mar.

