Os crimes da ocupação israelense na Palestina histórica

Atividade Internacionalista do PSTU no dia 03 de outubro de 2025.

Rio de Janeiro, 06 de outubro de 2025. Redação RJ. Atualização às 21:27 horas.

Imagens de Camilo, militante do PSTU.

Havia cerca de 22 pessoas no pequeno auditório da CSP-Conlutas do Rio de Janeiro. Elas se acotovelavam para a atividade sobre as mobilizações e lutas na Palestina. Essa atividade no final da tarde desse dia 03 de outubro foi convocada e organizada pelo PSTU. A principal exposição foi feita com tradução simultânea pelo camarada Yoav Haifa e sua companheira Iris.

Yoav e Iris são naturais da cidade de Haifa, ocupada pelo Estado de Israel. São descendentes dos palestinos que sobreviveram a “Nakba Palestina”.

A cidade de Haifa guarda, segundo Yoav e Iris, uma história de importância para o desenvolvimento da região. Isso acontece mesmo antes do Império Otomano. Ele conta que a cidade foi construída nas encostas do Monte Carmelo. Ela tem uma história que remonta aos tempos imemoriais da era comum. O mais antigo assentamento nas proximidades foi Tell Abu Hawam. Era uma pequena cidade portuária. Foi estabelecida no final da Idade do Bronze (século XVI antes da era comum).

Afirma ainda que ao longo dos séculos, a cidade foi ocupada por diferentes exércitos. Os bizantinos, cruzados, otomanos, egípcios e britânicos a conquistaram e governaram. Desde ocupação das forças do Estado de Israel em 1948, a cidade é subjugada pelo exército sionista.

Conta ainda que hoje, a cidade é um importante porto. Está localizado na costa mediterrânica da Palestina histórica, na Baía de Haifa. Abrange 63,7 quilômetros quadrados. Ela está localizada cerca de 90 quilômetros ao norte de Tel Aviv. É o grande centro regional do norte do terreno ocupado.

Yoav aponta que duas respeitadas instituições acadêmicas, a Universidade de Haifa e o Technion, estão localizados em Haifa. A academia desempenha um papel importante na economia da região.

Com tristeza na voz, Yoav conta que apesar da ocupação sionista, a cidade possui vários parques de alta tecnologia. Entre eles está o mais antigo e maior do país. Também um porto industrial, além de uma refinaria de petróleo. Haifa era anteriormente o ponto mais ocidental de um oleoduto que vinha do Iraque através da Jordânia.

Por fim Yoav e sua companheira Iris apontam que Haifa é a maior cidade do norte. Fica na fronteira com o Líbano. É a terceira maior cidade daquela região, depois de Jerusalém e Tel Aviv, com uma população de mais de 264.900 habitantes. A cidade tem uma população mista de árabes e judeus dando um exemplo de coexistência pacífica.

Os crimes sionistas do dia a dia

Imagem de Camilo, militante do PSTU

A ocupação sionista torna a vida em Haifa mais difícil, afirma Iris. Ela conta que o exército israelense sequestra e prende homens, jovens e crianças. Essas prisões não são em sua grande maioria pelo cometimento de crimes ou delitos. A maioria da população carcerária está sob um regime de “prisão administrativa”. São centenas de milhares encarcerados dessa forma. Uma espécie de prisão política sem julgamento, comunicação com a família ou direito de defesa. Dessa forma, as mulheres palestinas são levadas a ser chefes de família. Elas são responsáveis por prover moradia, saúde, educação e alimentação.

Com uma voz indignada Iris e Yoav denunciam que o menor movimento de mobilização ou organização reivindicatória é reprimido com uma força brutal e desproporcional. As e os ativistas vítimas dessa repressão são sequestrados e enclausurados. Essas prisões sem uma acusação formal ou direito de defesa podem durar décadas. As condições de encarceramento são tão medievais que muitos não sobrevivem. Eles entram para a lista de desaparecidos.

Assim as horas voaram. Yoav e Iris abordaram temas como instabilidade social e política promovida pelos Estados Unidos. Ainda sobre as características do Hamas, em Gaza. Da Autoridade Palestina, na Cisjordânia. A agressão israelense ao Irã. Conhecida no ocidente como “guerra dos 12 dias”. O Hesbollar e a convulsão social no Líbano. A situação caótica na Síria, após a queda de do ditador Bashar al-Assad.

As atividades comerciais do prédio que abriga a sede da CSP-Conlutas RJ precisaram terminar pelo avançado da hora. Por isso, o evento foi encerrado com um gostinho de quero mais.

O isolamento imposto pelos imperialismos à aquela região da Ásia deixou os ativistas presentes ansiosos. Isso prova que atividades como essa devem se repetir. Essas atividades desvendam a história antiga da localidade. Elas também revelam a história contemporânea de um dos centros da luta de classes mundial.