Mobilização e ação direta dos operários petroleiros arrancam vitórias e mostram o caminho da defesa de direitos

Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2025. Atualizado às 16:37 horas

A imagem da CSP-Conlutas. Ela mostra uma plataforma de petróleo em alto mar (offshore), também conhecida como plataforma de perfuração, ao pôr do sol. Essas estruturas são utilizadas para extrair petróleo e gás natural do leito no fundo do mar. 

O governo Lula/Alkmin realizou o terceiro Ciclo da Oferta Permanente de Partilha (OPP). Leiloou cinco dos sete blocos ofertados no chamado Polígono do Pré-Sal. Estes blocos estão localizados na Bacia de Santos e na Bacia de Campos. O nome do programa não passa de uma maquiagem para esconder a privatização das riquezas minerais com um nome fantasia.

Dos blocos ofertados a maioria foram entregues aos membros do oligopólio internacional de combustíveis fósseis (Chevron, Shell, Total, CNOOC, Qatar Energy, etc.). Três ficaram com companhias estrangeiras. A Petrobras levou apenas um bloco sozinha. Ela também adquiriu 60% de outro, em associação com a norueguesa Equinor.

Atualmente, o capital estrangeiro já detém 45,82% do valor total da Petrobras. Investidores internacionais possuem 51,69% das ações preferenciais (as que recebem dividendos prioritários).

As manifestações ocorridas nas bases da Federação Nacional Petroleira tiveram caráter triplo: a) denunciar aos demais trabalhadores que o modelo de leilões das reservas e a crescente privatização da Petrobras impedem que a riqueza do pré-sal seja revertida em benefício dos interesses dos trabalhadores; b) advertir à Petrobras, com muita mobilização, o rechaço a segunda proposta para o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) considerada rebaixada e; c) comemorar a vitória dos trabalhadores da Intertek, que barraram a tentativa da empresa em impor uma escala 6×1 em substituição ao regime de cinco turmas.

As manifestações também agitaram bem alto a bandeira da defesa da soberania climática e energética do Brasil. Os operários que garantem a exploração de petróleo e gás no país exigem um plano robusto de transição energética popular. Isso demonstra a necessidade de um plano. Este plano deve eliminar a dependência dos combustíveis fósseis. Deve reestatizar 100% a Petrobrás. Deve também pôr fim aos leilões de petróleo e gás. Também o fim das isenções fiscais e dos privilégios concedidos à indústria petroquímica.

Fim da privatizações, OPP ou PP!

Fim dos leilões das riquezas nacionais!

Por uma Petrobras 100% estatal e sob controle dos trabalhadores!