As empresas públicas e demais estatais sofrem o desmonte para sua privatização desde o governo Collor, passando por FHC, Lula, Dilma, Temer e agora Bolsonaro. Não foi diferente com a Casa da Moeda. Uma estatal responsável entre outras coisas pela impressão de moeda oficial do país. A diversificação dos serviços da Casa da Moeda já vinha servindo ao projeto de entrega da estatal ao capital privado internacional.
Ciente desses fatos e organizadas as trabalhadoras e trabalhadores dessa estatal realizaram nessa sexta-feira, 10 de janeiro, uma manifestação de ocupação da Presidência da Casa da Moeda do Brasil.
Essa ação das servidoras e servidores foi uma resposta coletiva dada ao conteúdo da entrevista do Diretor Administrativo e Financeiro daquela estatal, Fábio Rito Barbosa, ao Jornal Globo News, Edição das 10h, desta mesma sexta-feira.
Barbosa é mais um dos capachos do governo de Jair Bolsonaro dentro da Casa da Moeda. Sua função tem sido a de perseguir servidoras e servidores. Pretende retirar direitos e junto com os demais lacaios que formam a diretoria atacou a liberdade de organização sindical, impedindo a presença de dirigentes sindicais no interior da estatal. Como a diretoria se recusou a renovar o Acordo Coletivo, com data base em 01 de janeiro de 2020, já havia feito o anuncio de redução e retirada de direitos históricos da categoria arrancados na luta contra a ditadura e na construção do Sindicato Nacional de Moedeiros.
Esses ataques indignaram o conjunto de servidores que compareceram em massa na assembleia de 07 de janeiro. Nessa assembleia foram eleitos representantes da base para pressionar a diretoria e buscar contornar a intransigência dos lacaios bolsonaristas que ocupam todos os cargos da direção da estatal. Porém esses trabalhadores foram surpreendidos com as declarações do Sr. Fábio na imprensa empresarial. A partir daí não houve dúvidas: todos os postos e estações de trabalho foram abandonadas e as servidoras e servidores marcharam até o prédio da administração da estatal.
Lá exigiram a presença dos diretores do sindicato que a administração vinha impedindo de ter acesso as dependências da estatal. Com a chegada da direção do sindicato as trabalhadoras e trabalhadores buscaram avançar na pauta de reivindicação do Acordo Coletivo vencido.
Diante da disposição de luta e da mobilização das operarias e operários moedeiros a diretoria ficou acuada. Marcou uma reunião de negociação para segunda-feira, dia 13 de janeiro.
Às 20 horas e 30 minutos os lacaios da direção da estatal, nomeados por Jair Bolsonaro, saíram da empresa escorraçados pela mobilização e escoltados por jagunços da segurança. Essa e muitas outras lutas se dão nesse início de verão no Rio de Janeiro, nos demais lugares do país, em toda a América Latina e em várias partes do mundo. Elas evidenciam que a classe trabalhadora não aguenta mais pagar a pesada conta do neoliberalismo capitalista.
Essa vitória dos moedeiros mostra de forma inequívoca o caminho que a classe trabalhadora deve seguir. Só com ação direta e de massas podemos construir uma saída para a nossa classe e salvar o mundo da sanha gananciosa dos capitalistas.
A CSP-Conlutas se solidariza e apóia de forma incondicional os mais de 800 moedeiros que ocuparam a presidência da Casa da Moeda do Brasil em repúdio à retirada de direitos. Para nós fica claro que as declarações do atual diretor de gestão e finanças, na entrevista à Globo News responsabilizando os próprios moedeiros pelos reajustes, foi uma provocação, um claro abuso e deboche.
Colocamos-nos ao lado dos moedeiros para defender a estatal contra a privatização, a renovação do Acordo Coletivo com clausulas garantindo o atendimento de todas as reivindicações, ampliação dos direitos e a liberdade de organização sindical.
Entendemos que a melhor forma de derrotar os planos de Bolsonaro e Paulo Guedes será com a organização de uma greve geral que pare não só a Casa da Moeda do Brasil, mas também todas as demais estatais, as fábricas, o comércio e todos os serviços. Para isso convocamos todas as demais centrais para organizar plenárias, assembleias e reuniões que prepare essa greve pela base com uma data já pré-estipulada desde já. Não há o que esperar.
- Por uma Casa da Moeda do Brasil estatal e de qualidade!
- Recuperação do monopólio da impressão e cunhagem de moedas!
- Pelo atendimento de todas as reivindicações dos moedeiros!
- Gestão democrática com a eleição dos cargos da Diretoria da estatal! Pelo fim das indicações políticas para a administração!
- Contra qualquer tipo de punição aos manifestantes e ampla liberdade de organização sindical!
- Basta de Bolsonaro!
- Pela organização e construção da Greve Geral para derrotar Bolsonaro e Paulo Guedes!


