Participe da 10ª Marcha da Periferia
Aquilombar as lutas com Raça, Classe e Gênero pela vida e por Direitos! Contra a Ditadura e a Escravidão Moderna e Pelo Fora Bolsonaro, Mourão e Sérgio Camargo!

Esse dia 20 de novembro deste ano tem um significado muitíssimo especial. É um dia em que vai se confluir a luta contra o racismo, a campanha Fora Bolsonaro e demais lutas da classe trabalhadora. É a oportunidade de colocar nas ruas a discussão sobre uma necessidade histórica: a impossibilidade de separarmos a luta contra a exploração capitalista do combate às opressões.
Com a frustração das jornadas de lutas do dia 15 novembro, suspensa pela cúpula da centrais e a Campanha Nacional pelo Fora Bolsonaro, todas as lutas confluíram para esse dia que passa ser um dia de luta pela consciência negra e pela consciência de classe.
Essa confluência é muito importante em relação ao racismo no Brasil, o país com a maior população negra fora da África, que encarou 388 anos de escravidão que deixaram como herança uma situação que faz com que todos os índices socioeconômicos relativos aos descendentes dos escravizados africanos sejam inferiores aos registrados inclusive nas camadas mais exploradas da classe trabalhadora.
É inevitável constatar que corpos negros ocuparam de forma totalmente desproporcional as covas abertas pelo genocida governo Bolsonaro. Em todo o país tem muita trabalhadora e trabalhador com fome. Em números concretos, mesmo após a disparada da inflação e dos preços do botijão de gás e alimentos, além do corte do auxílio emergencial, nada menos que 55% da população brasileira, 116,9 milhões de pessoas, tiveram algum grau de insegurança alimentar e, destas, 19,1 milhões, literalmente, passaram fome.
O desemprego, uma consequência da ganância dos patrões, que se alastrou pela sociedade na esteira da Covid-19, da reforma trabalhista, da Lei das Terceirizações, no processo de precarização do trabalho. E que atinge, sobretudo, as mulheres negras e que, segundo estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS) do Rio de Janeiro, no primeiro trimestre de 2021, atesta que a participação das mulheres negras no mercado de trabalho caiu 9%, passando de 56% para 47%. No mesmo período, mulheres brancas e homens negros enfrentaram queda de 5,9%.
Nos bairros mais pobres e nas cidades da periferia e do interior os primeiros resultados da privatização da água potável começa a aparecer. Em plena pandemia. No momento em que a higienização é parte do protocolo de controle de transmissão e circulação do novo coronavírus as concessionárias que abocanharam o controle da distribuição após a privatização da CEDAE já ameaçam milhões de moradores de suspensão do abastecimento por falta de pagamento. Isso em meio a catástrofe do desemprego generalizado.
Não dá para esperar as eleições de 2022 é preciso unificar todas as lutas em defesa dos negros e negras e todas as demais lutas da classe trabalhadora e dos setores populares da cidade e do campo. Por salário e contra o arrocho e a carestia; por emprego; contra a reforma administrativa e em defesa dos serviços públicos; contra o desabastecimento de água potável e em defesa que todas as famílias de trabalhadores com desempregado tenha direito a água gratuita; contra o Marco Temporal e em defesa da regulamentação das terras indígenas e quilombolas, e por reforma agrária.
Por tudo isso a CSP-Conljutas fortalecerá, com tudo, esse dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. É um absurdo que, após seis grandes atos nacionais pelo Fora Bolsonaro, ao invés de se ter avançado para uma nova mobilização no dia 15 de novembro, a direção da campanha tenha optado por desmobilizá-lo e sequer tenha definido outra data. No lugar da cúpula das centrais e da Campanha apostar nas eleições que só ocorrerão daqui há um ano deveriam atender o chamado da CSP-Conlutas para a construção de uma greve geral em defesa do emprego e salário, contra a alta dos preços e a carestia, por auxílio emergencial de pelo menos um salário-mínimo para todos que estejam sem emprego, em defesa da soberania do país, contra as privatizações, em defesa dos indígenas e quilombolas.
A CSP-Conlutas convoca a participação de todas as entidades, dos movimentos sociais e das trabalhadoras e trabalhadores na 10ª Marcha da Periferia, no Dia 20 de novembro, a partir das 13 horas, na Rua Carvalho de Souza, sob o Viaduto Negrão de Lima, em Madureira.

